A hiperidrose é uma condição clínica caracterizada pela produção excessiva de suor, que pode se manifestar mesmo em repouso e sem estímulo térmico. Ela afeta, principalmente, as mãos, axilas, pés e rosto. Embora seja frequentemente subestimada, a hiperidrose pode comprometer significativamente a qualidade de vida de quem convive com ela, afetando relações sociais, desempenho no trabalho e autoestima.
O que causa a hiperidrose?
Existem dois tipos principais: a hiperidrose primária, que geralmente surge na infância ou adolescência e está ligada ao sistema nervoso simpático, e a hiperidrose secundária, que é consequência de outras condições médicas, como distúrbios hormonais, obesidade ou uso de medicamentos.
Impactos no dia a dia
O suor excessivo pode dificultar ações simples como apertar as mãos, usar o celular, escrever ou manipular papéis. Muitos pacientes relatam evitar contato físico ou reuniões sociais por receio do constrangimento. Roupas marcadas, objetos escorregando das mãos e sensação constante de umidade são descrições frequentes nos consultórios.
Diagnóstico da hiperidrose
O diagnóstico é essencialmente clínico e realizado por meio da escuta qualificada e da avaliação do histórico do paciente. Exames complementares podem ser solicitados para excluir causas secundárias. Uma classificação leve, moderada ou grave pode ajudar a definir a abordagem terapêutica mais adequada.
Tratamentos disponíveis
Abordagens clínicas
Em casos leves, são utilizados tratamentos tópicos (como cloreto de alumínio), medicamentos orais e sessões de toxina botulínica. Esses métodos têm caráter temporário e requerem manutenção constante, com eficácia variável entre os pacientes.
Simpatectomia torácica
Para casos moderados a graves, a cirurgia torácica por videotoracoscopia é considerada padrão ouro. A simpatectomia interrompe os estímulos que desencadeiam o suor excessivo, especialmente nas mãos e axilas. É realizada por pequenos cortes no tórax, com uso de câmera e pinças delicadas, garantindo precisão e menor trauma.
Resultados e recuperação
A maioria dos pacientes apresenta melhora imediata e significativa, com alta hospitalar no mesmo dia ou no dia seguinte. A recuperação é rápida, e as cicatrizes são discretas.
O retorno às atividades cotidianas ocorre geralmente em poucos dias.
Riscos e efeitos colaterais
Como qualquer procedimento cirúrgico, há riscos que serão discutidos durante a consulta, como o chamado “suor compensatório”, que ocorre em outras partes do corpo. No entanto, quando bem indicada e conduzida por especialista, a cirurgia tem altos índices de satisfação.
Quando procurar um cirurgião torácico?
Se o suor excessivo está impactando sua rotina pessoal, emocional ou profissional, o ideal é agendar uma avaliação com cirurgião torácico. A decisão pelo tratamento será individualizada, levando em conta suas expectativas e qualidade de vida.
Dra. Gabriele Leal
CRM-SP 179.455 | RQE 93.295
Cirurgia Torácica